Podemos precisar a data de origem de todos os esportes conhecidos nos tempos modernos e antigos, mas como o arqueirismo isso não aconteceu pois todas as informações que possuímos se perdem nas origens mais remotas da civilização humana. Pesquisas feitas em restos arqueológicos trançando-se a presença de Carbono 14, informam a presença do arqueirismo cerca de 25.000 anos atrás, tão antigo portanto como as mais remotas manifestações de civilização, e a descoberta dessa arma formidável pelo homem primitivo assegurou a sua sobrevivência , permitindo caçar, e a se defender ou atacar outros grupos hostis, nas guerras tribais de outrora. Podemos afirmar sem medo de erro, que somente a descoberta do fogo se ombreou em importância com a do arqueirismo, permitindo a ascensão da espécie humana na superfície do planeta.
Do período que compreende desde os tempos bíblicos até o século XVI, encontramos inúmeras referências escritas sobre o arqueirismo, porém a maioria delas encarando-se sob o ponto de vista da sua utilidade como arma de guerra, nada especializada sobre esportes , a não ser alguns informes sobre os jugos olímpicos gregos, a festividades egípcias, assírias, babilônicas e depois os jogos romanos no Coliseu.
Nesse período que vai até o final da Idade Média, o poder de uma nação, tanto de conquista como de defesa dependia inteiramente do valor e destreza de seus arqueiros infantes ou montados, e os episódios históricos que conhecemos desde os nossos estudos infantis sobre História Geral nos esclarecem tal fato. Temos também as lendas gregas estáticas sobre seus heróis arqueiros.
Na Europa, Inglaterra é que tem a primazia do desenvolvimento do arqueirismo, o célebre "arco-longo" inglês e as flechas bem emplumadas para precisão do tiro escreveram páginas memoráveis nas batalhas e asseguraram a grandeza da Grã Bretanha, batalhas tais como Crecy, Poitiers e Agincourt, e foi tambémo poder dos arqueiros dos barões ingleses que forçaram ao Rei João a assinatura da Magna Carta.
Foi na Inglaterra que se escreveu o primeiro livro sobre o ensinamento da arte do arqueirismo: "TOXOPHILUS" de Robert Ascham, o qual era instrutor da Rainha Elizabeth, isto em 1545. Apesar do seu texto em inglês arcaico, o seu conteúdo é atual, não difere em nada do que se tem escrito modernamente.
Os antigos reis ingleses baixaram éditos obrigando a todos os jovens ingleses a terem arcos e um número obrigatório de flechas sempre a mão. Isto criava uma espécie de milícia nacional sempre armada de prontidão, contra as repetidas invasões dos vikings, normandos, etc... e para que o interesse sobre o arqueirismo permanecesse aceso, eram promovidos vários torneios nacionais e regionais nos contatos ingleses e os vencedores recebiam honras de heróis nacionais e favores de realeza, inclusive bons prêmios em dinheiro, e a guerra das duas rosas marcou o ápice da fama do arqueirismo como principal arma de guerra. A descoberta da pólvora e a introdução das armas de fogo, tornaram então obsoleto para a guerra.
Apesar de substituído como arma de guerra, o arqueirismo entretanto continuou, principalmente na Inglaterra, como um esporte, tanto de interesse popular como da aristocracia. Não existem competições, considerava-se um ato de elegância e de educação aprimorada saber-se atirar uma flecha de maneira correta.
Os ingleses praticavam com o arqueirismo, um jogo que intitulavam de ROVER (passeio) o qual desenrolava da seguinte maneira: 1 grupo de arqueiros saía através de um bosque ou de um relvado e um deles indicava um obstáculo qualquer do local como o primeiro alvo (uma árvore, uma moita, etc...) e em seguida todos atiravam no mesmo. O que chegasse perto da marca escolhida era proclamado capitão do grupo e escolha o alvo seguinte. Este ROVER GAME incrementou o gosto pelo arqueirismo e fez notar a necessidade de competições organizadas, pois tudo aquilo que é esporte depende desse ponto fundamental. Em fins do século XVIII fundou-se a REAL SOCIEDADE DE TOXOPHILLIA e em 1844 aconteceu o 1º campeonato Inglês de Arqueirismo. Modernamente o arqueirismo inglês é controlado pela GRAND NATIONAL ACRCHERY SOCIETY, na região de Essex.
Na América o arqueirismo foi introduzido nos E.U.A. por um grupo de entusiastas em 1828, os quais criaram ao ARQUEIROS UNIDOS DE FILADÉLFIA, que competiram regularmente durante 20 anos, até se desencadear a Guerra Civil. Em 1879 fundou-se a NATIONAL ARCHERY ASSOCIATION (N.A.A) e realizou-se o 1º campeonato estadunidense neste mesmo ano, e desde essa época nunca pararam as competições durante os anos de guerra as competições eram realizadas por correspondência (MAIL MATCH).
A partir de 1930 as competições nos E.U.A. se estenderam de costa a costa, e o aparecimento de novos arcos e materiais para as flechas, a preços e facilidade mais acessíveis aos esportistas, e nos dias de hoje acredita-se que existam mais arqueiros praticantes do que em todas hordas de Gengis Kahn, ou nos efetivos dos exércitos europeus. Surgiram publicações técnicas especializadas, tais como as revistas BOW AND ARROW e THE ARCHERY ' S MAGAZINE.
Em 1940 a caça com arco e flecha foi legalizada em alguns estados americanos o que abriu um campo novo para milhares de novos praticantes que não se interessavam pelo tipo de competição ao alvo e então foi fundada a NATIONAL FIELD ARCHERY ASSOCIATION (N.A.F.A.) que realizou o seu primeiro campeonato em 1946. Por outro lado os arqueiros profissionais organizaram a PROFESSIONAL ARCHERS ASSOCIATION (P.A.A.) e os fabricantes de equipamento fundaram a ARCHERY MANUFACTURES ORGANIZATION (A.M.O.) esta última é que financia as despesas de viagens das equipes americanas ao exterior. Na Europa, berço do arqueirismo esportivo, o esporte evoluiu também de maneira grandiosa e em 1930 criou-se então o organismo internacional denominado FEDERATION INTERNATIONALE DE TIR L'ARC, conhecida pela sua sigla FITA. Antes disto o arqueirismo já tinha considerado esporte olímpico em 1908 e 1920, e agora novamente em 1972 e 1976, depois de consideráveis esforços desenvolvidos pelos países interessados.
Foi grande a modificação do panorama técnico no Brasil, desde a introdução do arqueirismo até os dias de hoje. Os arcos primitivos foram de madeira, muitos deles feitos de irí (ou airí) uma madeira fibrosa de palmeira, muito elástica, e esses arcos adaptados de arcos indígenas até hoje os encontramos em clubes servindo de material para os novatos.
Também as flechas, elaboradamente feitas à mão, e empenadas com penas de peru, tingidas ou não, até hoje prestam bons serviços às classes menores (infantis e juvenis) ou para aprendizado de adultos.
A seguir aparecem os arcos de aço, que marcaram época e muitos recordes, eram de fabricação sueca (SEFAB), ou então ingleses da marca APOLLO. Acompanhando esta nova conquista vieram os outros complementos tais como flechas de tubo de aço (SEFAB e PATHFINDER) , flechas de alumínio temperado marca EASTON e finalmente as flechas de carbono-alumínio também da marca EASTON .
Essas flechas de uma qualidade insuperável, altamente resistentes, hoje dominam as preferências dos arqueiros, devido à precisão do seu vôo, resultado de um equilíbrio quase perfeito.
Os arcos modernos são todos laminados de fibra de vidro madeira e carbono com o corpo em alumínio e magnésio, evoluíram do LONGBOW (arco longo e reto) para o deflexo e depois para o deflexo-reflexo, onde o limbo ou parte flexível é caprichosamente recurvo em duas curvas que trabalham em oposição, conferindo uma resposta elástica inexcedível no tiro. Mais modernos ainda são os arcos compostos, surgidos em 1969.
Também os acessórios indispensáveis sofreram evolução, as cordas para os arcos, antigamente feitas laboriosamente com linha crua encerada, ou de linho, foram substituídas por um novo material sintético, o fio de FAST FLIGHT, um poliester inextensível.. Os aparelhos de pontaria sofreram melhoras consideráveis, existindo até miras telescópicas e elétricas.
Os alvos, laboriosamente pintados à mão, hoje já são impressos.
1.1 Arama elástica que consiste numa haste de madeira, aço, laminados ou outro material flexível, cujas extremidades estão ligadas por uma corda, que quando retesada e solta arremessa a flecha.
2.1 Nomenclatura de um arco para tiro ao alvo, para principiantes. Fig. 1
3.1. Arco encordoado e arco armado. Fig. 2
Arcos para destros tem a janela de visada do lado esquerdo. Fig.3
Empunhado com a mão esquerda. Visada com o olho direito.
Armado com a mão direita.
Arcos para canhotos tem a janela de visada do lado direito. Fig. 4
Empunhado com a mão direita. Visada com o olho esquerdo.
Armado com a mão esquerda
3.2. O tamanho de um arco não deverá ser maior do que a envergadura do arquiteto ou do que a altura do mesmo, e nunca menor do que o tamanho da distância do chão a parte inferior do queixo. Isso evitará flexão excessiva dos limbos. Fig. 5
4.2. A medida da envergadura de um arco é feita seguindo a curvatura dos limbos, de ponta a ponta. Fig. 6
6.2 A seleção do arco quando se dispõe de um técnico para consultar torna-se mais fácil. Ele irá considerar o comprimento da puxada e a distância entre o olho e base do queixo do arqueiro. Fig. 8
Quanto maior essa distância, maior margem de alça terá o arqueiro. Isso permitirá selecionar o arco de menor força de puxada adequado a cada pessoa, para iniciar-se no esporte. Sem esse auxílio, você poderá adquirir um arco de puxada fraca e não conseguir graduação de alça para as distâncias menores.
Então você sempre opinará por um arco com força de puxada próximo do máximo que você possa suportar.
7.2 Os arcos são geralmente fabricados com as seguintes forças para 71 cm (28 pol) de puxada.
Infantil: Kg - 6.8 9.0 11.3
Lbs - 15 20 25
Estes dados podem variar com a robustez e desenvolvimento do atleta.
Juvenil e Adulto:
Kg - 12.7 13.6 14.9 13.6 18.1 19.0
Lbs - 28 30 33 36 40 42
Para os arcos de madeira, de uma só peça, a corda poderá ser feita com linha extra ou linha crua com 8 a 10 pernas. O enrolado pode ser feito com fio torcido de nylon 210/8, facilmente encontrado no comércio, Encere bem o fio com cera de abelha, antes de fazer a corda. Veja em ANEXOS sob o título "como fazer uma corda de arco" item 2.1
9.2 Para medir a força da puxada de um arco, basta pendurá-lo pela empunhadura, e pelo ponto de encaixe da flecha na corda, penduram-se pesos para armá-los até atingir o comprimento da puxada ou o máximo de 28 pol. (71 cm), medidos, do ponto
de encaixe da flecha na corda da empunhadura (A.M.O.). Fig. 10
1.3 A alça de mira, é nada mais do que uma régua adaptada à janela do arco, por onde desliza um cursor com uma referência ou visor, correspondendo à massa de mira de um rifle, porém, funcionando de modo inverso. Neste você suspende a alça para maior distância de tiro enquanto que no arco baixa-se a massa (visor) para o tiro mais distante. Fig. 11
2.3 O descanso de flecha tem a finalidade de apoiar a mesma à janela do arco. É instalado de modo que o apoio da flecha corresponda ao ponto pivot, ou fundo do encaixe da mão, na empunhadura.
Encontram-se nas casas especializadas, em modelos variados.
Este é um dos mais simples. Você pode fazer um. Fig. 12
3.3. O beijador é um pequeno disco colocado na corda do arco, acima do batente de flecha. É uma referência para auxiliar o encaixe dos dedos do gatilho, sob o queixo. Não é obrigatório. Deverá ficar entre os lábios, quando os dedos do gatilho estiverem sob o queixo. Figs 13, 13-a e 13-b
O clicador, adaptado à janela do arco, é nada mais do que um medidor de puxada. Existem vários modelos, e para um atuo treinamento, somente o clicador ajustável é o recomendado. Fig. 14
Figura 13-b
5.3 O botão de pressão, tem a função de absorver o choque da flecha com o arco, reduzindo ao mínimo os efeitos de uma má largada. Fig . 15
6.3. O estabilizador tem a função de permitir melhor firmeza na pontaria. São hastes ôcas ou maciças com um peso numa das extremidades e a outra rosqueada , inserida na empunhadura do arco. O comprimento da haste varia com a necessidade de cada arqueiro, mas não deverá exceder de 58cm (23 pol) . Fig. 16
7.3. O compensador de torque é destinado a absorver todas as vibrações produzidas pelo arco em ação. Contém borracha como amortecedor e é instalado entre o estabilizador e a empunhadura do arco. Podem e devem ser calibrados para cada arqueiro. Fig. 17
1.4 A flecha terá o comprimento da distância, entre o tórax do arqueiro e a ponta dos dedos médios, com os braços e mãos estendidos à frente do corpo, segurando a mesma. Quando tomar a medida da sua flecha. arredonde para a medida em polegadas, imediatamente maior. Ex: medida em centímetros foi 63 que corresponde a 24 polegadas e 3/ 4; considere 25 polegadas.
Assim você poderá encurtá-la caso necessário. Fig. 18
2.4. Inicialmente as flechas poderão ser de madeira. A vareta ( haste) deverá ser cilíndrica ( roliça), de madeira leve com fibras (veios) paralelos ao longo da vareta, sem empeno e com o diâmetro de sete e oito milímetros.
3.4. As penas, normalmente são de asa de peru, mas poderão ser de qualquer ave do mesmo porte, desde que sejam utilizadas as penas maiores da ponta das asas, as remígias.,Se você usar penas de asa direita, deverá montá-las para a flecha girar para a direita ou reta, se da asa esquerda, para girar à esquerda ou reta.
Um modo prático para saber se uma pena é de asa direta ou esquerda, é compará-la com as mãos, como indicado. Atualmente está se generalizando o uso de penas de material plástico. Fig. 19
A montagem usual é de três penas a 120º ( Fig. 21-b ) que poderão ser montadas, retas, diagonais, ou helicoidais.
Atualmente a colagem reta das penas está sendo a mais usada. Evidentemente, é a que permite maior velocidade à flecha, por ser a de menor resistência ao ar. Fig. 20
A montagem somente poderá ser feita com perfeição, e isso é muito importante, com o auxílio de um gabarito ( colador de penas) e por pessoas habilidosa ou habilitada. Há vários modelos, e este é um dos mais simples.
A pena guia é geralmente de cor diferente das outras duas e colada perpendicularmente ao entalhe da rabeira. Os coladores têm um indicativo da pena guia e a colagem deve iniciar-se pela mesma.
Porém se você pretende iniciar-se e ainda não pode dispor de flecha de tubo de alumínio endurecido, então poderá, com um pouco de habilidade, e utilizando-se dos mesmos recursos dos nossos indígenas, preparar suas próprias flechas. Então proceda do modo como segue.
Gravura esquematizada de uma pena para indicar sua nomenclatura.
Fig. 22
Primeiramente selecione duas penas tão iguais quanto possível, eliminando das mesmas a parte fronteira chamada barba e corte a haste pelo meio no sentido da raiz para a ponta. Fig. 23
Em seguida corte a pena como indicado deixando um centímetro e meio de haste em cada extremidade. Fig. 24
A seguir cole e amarre-as à vareta, diametralmente opostas como indicado. Fig. 25
Revestir os enrolados com cola- tudo. Fig. 26
4.4 A rabeira é a parte traseira da flecha, que encaixa na corda do arco... Deve prender a flecha à corda sem deixá-la cair, porém, permitindo uma saída fácil quando disparada.
É muito importante que a pressão da rabeira sobre a corda seja muito bem igualada em todas as flechas, pois a variação exagerada dessa pressão, causa variação na altura do tiro. Fig. 27
Nas flechas de madeira consiste um encaixe na própria vareta, feito no sentido perpendicular, às fibras de madeira e revestido com araldite rápido. Primeiramente faça dois rebaixos diametralmente opostos, paralelos às fibras da madeira como indicado.
Faça um furo com broca para metal, na espessura do diâmetro da corda ( não use verruma). Fig. 28
A seguir, usando uma serra fina, abra o encaixe, completando o acabamento com lixa e uma camada de araldite rápido. As rabeiras à venda no comércio especializado, são de material plástico e variam de modelo de acordo com os fabricantes.
Devem ser coladas na flecha, bem alinhadas com o tubo e basta fazê-lo girar para certificar-se disso. Qualquer defeito de montagem modifica o tiro. Fig. 29
5.4 A vareta ( tubo) da flecha, quando feita de alumínio endurecido, será selecionada pela espessura da parede e diâmetro externo do tubo, em função do comprimento da flecha e da força de puxada do arco. Fig. 30
6.4 As ponteiras para as flechas de madeira são comumente feitas de balas de fuzil, das quais se retira o chumbo de enchimento. A vareta de madeira deve penetrar totalmente na ponteira. Fig. 31
Para as flechas de alumínio, as ponteiras são feitas de aço. São introduzidas justas ao tubo, mas mesmo assim convém colar com araldite.
É muito importante que todas as flechas de um conjunto para tiro em competição, tenham o mesmo peso e o mesmo centro de equilíbrio.
A indicação da flecha é dada em quatro algarismos. Ex.1516, onde os dois primeiros (15) indicam que o tubo tem 15/ 64" de diâmetro externo. Os outros dois (16) indicam que a espessura da parede do tubo é de 016".
Antes de entrar na tabela, verifique a força em Kg da puxada do seu arco, para o comprimento de sua flecha. Transforma-se em 1bs dividindo-as por 2.2 e procure na primeira coluna da direita (atual Bow wt) onde está enquadrada a força em libras, do seu arco ; daí siga na horizontal para a esquerda até encontrar a coluna correspondente ao comprimento, em polegadas, da sua flecha (arrow lenght); no cruzamento você encontrará de uma a três opções, indicadas na última coluna direita, referentes ao peso da flecha ( shaft weight) (ex. light - extra leve) (light - leve) , ( medium - médio) , ( Heavy - pesada)
A seleção quanto ao peso da flecha dependerá das suas dificuldades quanto a limitação da alça e comprimento da sua puxada em função da força do seu arco. Para arcos fracos prefira flecha mais leve. Para arcos fortes, flechas de peso médio e pesada.
A cola para as penas e rabeiras deverá ser do tipo cola-tudo, de forte aderência, não solúvel em água depois de seca e com tempo de secagem mais ou menos rápido.
1.5 Existem dois tamanhos de alvos circulares, um de 122 cm e outro de 80 cm de diâmetro. Esses alvos se dividem em cinco faixas concêntricas, coloridas, do centro para a borda, em: amarelo, vermelho, azul claro, preto e branco.
Cada faixa de cor é dividida por uma linha fina em duas zonas concêntricas de igual largura, somando, portanto, um total de dez zonas de pontuação, de igual largura, medidas a partir do centro amarelo.
Zonas de 6,1 cm para os alvos de 122cm.
Zonas de 4,0 cm para os alvos de 80cm.
As linhas divisórias dentro de cada cor, serão totalmente incluídas, em cada caso, dentro da zona de maior pontuação.
Tanto a linha de limitação do bordo, como as linhas divisórias entre cores ou dentro de cada cor, não excederão de 2 milímetros, de largura tanto nos alvos de 122 cm como nos de 80 cm.
O Centro do alvo se dominará ponto central e será indicado por um pequeno " x " cujos traços não excederão de 2 milímetros.
Figura 33
amarelo- 10+ , 10 e 9;
vermelho- 8 e 7;
azul- 6 e 5;
preto- 4 e 3;
branco- 2 e 1.
Na figura é mostrado o alvo de 18,30 e 50 metros que têm apenas as cores azul para amarelo valendo respectivamente de 6 a 10 pontos. Fig. 33
2.5. As almofadas podem ser de palha de " tabôa"( planta de brejos) em várias camadas sobrepostas, entremeadas com placas de câmara de ar grossa, abertas. Estas amortecem o impacto e impedem que a flecha atravesse o alvo.
Você encomendará as esteiras na dimensão de 90 x 90 cm, para salvos menores e com 1,30 x 1,30cm, para os alvos maiores.
No mínimo 5 esteiras deverão ser usadas para cada almofada e serão colocadas uma sobre as outras cruzando as fibras entremeando a borracha na área de esteira, entre as três primeiras somente. Figs. 34a e 34b
Outros materiais podem ser usados para confecção das almofadas, como: isopor de alta densidade, serragem de madeira prensada, papelão corrugado, palha de arroz ou crina vegetal comprimida.
Uma vez arrumadas as esteiras e a borracha, utilizando só uma agulha de colcheiro de 30 a 40 cm ( agulha de lardagem) e fio de algodão forte, costure-as apertando-as bem entre si, com pontos largos , de mais ou menos 15 cm. Fig. 35
Marque com tinta a frente do alvo.
A almofada também pode ser feita com esteira enrolada e cinturada bem apertada, para receber o impacto no sentido das fibras da palha.
Sobre uma das faces da almofada será fixada uma placa de papelão corrugado, onde se aplicará o alvo.
Esse tipo de almofada deverá ter 50cm de espessura.
As esteiras devem ser encomendadas com 50cm de largura e com 3 a 5 metros de comprimento. Fig. 36
Será enrolada bem apertada até atingir um diâmetro de 1 metro, que será reduzido para 90 cm depois de cinturado. Este tipo é mais dispendioso e trabalhoso, entretanto, é muito mais resistente para os treinos e muito mais durável, tendo ainda a vantagem de se poder substituir o centro da mesma, local que mais se estraga na almofada.
3.5. O cavalete pode ser feito de 3 peças de madeira bastante fortes para suportar o peso da almofada. Fig. 37
Os cavaletes quando armados deverão ficar com uma inclinação de mais ou menos 15º . A almofada e o alvo deverão acompanhar essa inclinação (f.i.t.a)
O centro do alvo deverá estar a 1.30 em vertical do solo. ( F.I.T.A. ) Fig. 38
As pernas dos cavaletes deverão ser fixadas ao solo e a almofada ao cavalete. Cavaletes tem caído pelo efeito do vento por não estarem fixados ao solo causando prejuízos, pelas flechas quebradas.
1.6. O arco deverá ter uma capa ou estojo para protege-lo quando transportado e quando não está em uso.
2.6. As flechas devem ser acondicionadas numa caixa com prendedores para protege-las quando transportada de um local a outro. Fig. 39
3.6. Um arqueiro deve possuir pelo menos uma dúzia de flechas. Elas devem ser tratadas com cuidado e periodicamente polidas com um pano seco, e para evitar oxidação esfregue-as com um pano embebido em óleo contendo silicone.
Há vários modelos de aljava. São usadas como porta flechas, permitindo que as mesmas estejam ao alcance do arqueiro quando em ação.
Modelo usado para prender no cinto. Fig. 40
5.6 A dedeira poderá ser em forma de plaqueta de proteção conjunta para os dados de gatilho. Fig. 41
6.6 A braçadeira protegerá o ante- braço das chicotadas do arco. E quando isso acontece é por demais doloroso para um braço desprotegido. Pode ser de couro ou plástico. Fig. 42
7.6 Um descanso para arco pode ser feito com vergalhão de ferro de 8mm = 5/ 16 pol. e pode ser conjugado com aljava de solo. É utilizado para descanso de arco em treinos ou competições.
8.6 A camisa para tiro com arco deve ser justa ao corpo, não ter colarinho nem bolsos. O ideal é a camisa de malha, meia manga para o verão e com mangas compridas justas e gola de tubo para o inverno. Fig. 44
9.6 O esquadro de arco é uma régua "T" que quando adaptada à corda e apoiada ao descanso de flecha, determina o local para fixar o batente da flecha. Serve também para medir a altura da corda. Fig. 45
10.6 O encordoador serve para colocar a corda em seu lugar quando a alça do limbo superior foi retirada .
1.7 Um arqueiro poderá iniciar seu próprio treinamento seguindo as instruções contidas neste manual.
Busto na vertical , com afastamento das pernas sobre a linha de tiro de modo a permitir o equilíbrio do corpo. O pé de trás poderá estar ligeiramente recuado ou avançado de modo a proporcionar o equilíbrio, principalmente quando houver vento lateral. Fig. 46
Segurar sem apertá-lo ou apoiá-lo entre os dados polegar e indicador, com a mão aberta, sem enrijecer os dedos, quando usar pulseira. Encaixe no prolongamento do pulso e do braço. Manter o arco na vertical. Fig. 47
Esticado, com o cotovelo girado para fora. Mão no alinhamento do antebraço. Fig. 48
Puxar a corda usando apenas 3 dedos, o indicador, o médio e o anular, encaixando-a na articulação da primeira falange e mantendo a rabeira da flecha entre os dedos indicador e médio. Manter sempre o mesmo, o encaixe da corda nos dedos. Não apertar a rabeira da flecha entre os dedos. Um separador na dedeira é permitido. Fig. 4
Inclinar a cabeça para o ombro do braço que segura o arco, de modo a alinhar a corda pelo centro do nariz e do queixo, a fim de auxiliar a manter o arco na vertical. Fig. 50
Visar a corda tangenciando a ponta do visor e manter sempre a mesma posição quando visando o centro do alvo para tiro. Fig. 51
Deverá estar paralisada a meio em ser trancada. O pulmão não deverá estar nem cheio nem todo vazio.
Abrir rápido e uniformemente os dedos de gatilho, ao mesmo tempo puxando a mão para trás sem desviá-la para o lado.
Manter o braço em posição de tiro, até ouvir o impacto de sua flecha no alvo. Não tente vê-la em vôo.
No caso de estar em dúvida de não haver executado corretamente qualquer dos itens anteriores ou " clic" demorado, desarme, relaxe e torne a armar.
Obs: É essencial que todos os itens sejam repetidos sempre iguais. A variação de um deles modificará o seu tiro. Não tenha pressa em começar a contar pontos, treine-se com calma. De um bom começo dependerá sua forma futura.
3.7 Para que um arco possa ser usado necessitamos em primeiro lugar encordoá-lo.
Você pode encordoar o seu arco de dois modos, o convencional ou usando um encordoador.
Pelo convencional você começa por colocar uma das alças da corda em seu local na ponta do limbo inferior, segure o arco pelo limbo superior com a mão esquerda e a outra alça da corda com a mão direita, enfie a perna esquerda entre o arco a corda, apoiando a empunhadura do arco por trás da coxa esquerda e o limbo inferior sobre o peito do pé direito, pressione para a direita o limbo superior enquanto coloca em seu lugar, a outra alça da corda que você está segurando com a mão direita. Fig. 52
Usando um encordoador você começa por colocar o terminal maior na extremidade do limbo inferior do qual não se retira a alça. Na extremidade do limbo superior, colocar o terminal menor. Segurar, o arco pela empunhadura com a mão direita, pisar a corda, do encordoador, com o pé direito e levantar o arco para flexionar os limbos de modo a permitir deslizar a outra alça para o seu encaixe, com a mão esquerda.
Se a corda do encordoador estiver comprida demais use o recurso de um nó de catau para encurtá-la, ou encurte-a definitivamente para o tamanho do seu arco.
4.7 Localiza-se o local do batente de flecha, utilizando um esquadro de arco ou mesmo um esquadro comum para desenho que você pode prender à corda com esparadrapo. Com uma agulha e linha de cozer passe a linha através do enrolado da corda, fazendo a seguir um minúsculo novelo que você cobrirá com cola-tudo.
As Figuras 53 e 53a falam por si.
6.7 Para retirar a flecha do alvo, coloque-as entre os dedos, indicador e médio da mão esquerda com a costa da mesma encostada ao alvo e puxe a flecha com a outra mão tendo o cuidado de não entortar a vareta (haste). Em competições usam-se almofadas novas de fixação forte e para retirar uma flecha de alumínio, há necessidade do auxílio de uma esponja sintética para não escorregar a mão que a puxar. Fig. 54
Para retirar uma flecha que penetrou sob a grama você terá de caminhar com cuidado para não pisá-la, pois poderá quebrá-la ou entortá- la. Terá bastante dificuldades para localizá-la. Não puxe para trás.
Arranque a grama ou capim para descobrir sua ponta, e então puxe-a no mesmo sentido em que penetrou. Nas grandes competições, onde há um número considerável de arqueiros, tem sido usado um detetor de metais para localizá-las, evitando perda de tempo e perda de flechas.
7.7. O local de treinamento, enquanto o arqueiro se familiariza com o manuseio do seu arco e flecha, pode ser uma faixa de terreno plano de 10x80m, de preferência com o capim baio ou grama. Porém havendo um barranco sem pedras ou um amontoado de areia por trás do alvo, 10x35m serão suficientes para os primeiros treinos. Fig. 55
8.7 Segurança- Não esqueça de que o arco é uma arma primitiva, e como tal, também tem suas regras de segurança.
Nunca aponte um arco armado e com flecha em direção a uma pessoa.
Nunca dispare uma flecha para cima, a não ser em competição ou treino em local apropriado para essa modalidade de tiro ( clout, alvo na horizontal e no solo).
Nunca arme um arco fora da linha de tiro.
Nunca retire flechas do alvo com pessoas assistindo, próximas ao mesmo, na direção em que as flechas serão retiradas.
Nunca reinicie os disparos antes que todos os atiradores tenham regressado à linha de espera.
9.7 Inicie-se com um arco de madeira, de puxada fraca, para familiarizar-se com os itens de 1 a 6 do parágrafo 2.6, sem flecha, até que consiga repetir instintivamente os seis itens citados sempre que armar o arco para tiro.
Nunca solte a corda de um arco, sem flecha, isso poderá ocasionar a quebra dos limbos ou da corda. Fig. 56