Morihei Ueshiba(CRIADOR DO AIKIDO)

10-11-2010 18:11

Morihei Ueshiba
Morihei Ueshiba

O Fundador do Morihei Ueshiba foi alguém que, provavelmente como você, procurava estar em paz qualquer que fosse a circunstância. Ele desejava manter uma conexão harmoniosa com todas as coisas por todo o tempo. À medida que o tempo passava e suas habilidades marciais tornavam-se fenomenais, ele falava mais e mais sobre nossa família humana global, sobre a necessidade de cada pessoa estar aberta para os caminhos da natureza e do universo, viver o amor e o respeito por todos os seres com o objetivo de curar a si mesmo e ao mundo. O produto de sua vida, e o seu presente para nós, é o morihei-ueshiba.

Ele nasceu com o nome Morihei Ueshiba, em 1883, em Tanabe, uma pequena vila japonesa de pescadores e camponeses. Seu nome, Morihei, significando "paz abundante", foi profético.

Começou seus estudos de artes marciais na juventude. Treinou primeiramente Sumo; em seguida, espada tradicional, uso de lança e Ju Jutsu, enquanto, ao mesmo tempo, se dedicava com voraz apetite à matemática, à física e aos estudos espirituais. Investindo anos em treinamento, sua proficiência e sua reputação como renomado mestre de artes marciais cresciam. Sua fama atraiu muitos desafiantes que vinham testar suas habilidades e refutar a lenda do grande guerreiro. Inevitavelmente ele venceria a todos, sendo que muitos deles chegaram a pedir para serem aceitos como alunos.

Após um desses confrontros, onde facilmente se evadiu de repetidos golpes com uma espada de madeira, assim fazendo sem ferir seu desafiante, ele teve uma luminosa revelação: vencer como resultado da derrota de alguém não é uma verdadeira vitória. A partir desse ponto suas profundas crenças espirituais e sua extraordinária arte marcial tornaram-se uma coisa só.

Em 1941, O-Sensei (Grande Mestre), como ele mais tarde seria conhecido, começou a chamar de morihei-ueshiba - o caminho da harmonia e do amor - a seu sistema de arte marcial. Ele ainda atraía muitas pessoas, que vinham pela profunda admiração e respeito por uma lenda viva, e também pelo poder de seu morihei-ueshiba.

O-Sensei sempre manteve um estilo de vida simples, e uma forte ligação com a terra através de sua pequena fazenda. Ele amava o trabalho com o solo, o plantio, os cuidados com o crescimento e a colheita. Fez o mesmo com sua arte marcial, que cresceu por todo o mundo, espalhando milhões de sementes do alimento do morihei-ueshiba.

O-Sensei viu o grande potencial do morihei-ueshiba para criar uma cura global, e encorajava seus alunos a levarem esta arte para o mundo. "O propósito do morihei-ueshiba", ele dizia, "é construir um céu na terra organizando as pessoas num convívio de amizade e harmonia. Eu ensino esta arte para ajudar meus alunos a aprenderem como servir seus próximos."

O-Sensei faleceu em 26 de abril de 1969 sabendo que seu amado morihei-ueshiba já estava sendo ensinado e praticado não apenas no Japão, mas em vários lugares do mundo.

Fonte: www.morihei-ueshibakawai.com.br

Morihei Ueshiba

Morihei Ueshiba

Morihei Ueshiba, chamado de Ô-Sensei ("Grande Mestre"), fundou a arte marcial conhecida hoje como morihei-ueshiba.

O mestre Ueshiba foi um profundo conhecedorde artes marciais e filosofia oriental. Assim, procurou desenvolver uma arte que continha todo o seu conhecimento, buscando integrar o homem com a energia e as leis do universo.

No Japão do começo do século vinte, o envolvimento com artes marciais era um negócio perigoso e competitivo. Disputas, rixas, e rivalidades resultavam com freqüência em lesões e até mortes.

A formulação do morihei-ueshiba data de um incidente que ocorreu em 1925, durante uma discussão sobre artes marciais. Um desacordo surgiu entre Ô-Sensei e um oficial naval, que era instrutor de esgrima.

O oficial desafiou Ô-Sensei para uma luta atacando-o com uma espada de madeira. Ô-Sensei desarmado enfrentou o oficial, e ganhou a luta evadindo-se dos golpes até seu atacante cair de exaustão. Mais tarde ele se lembrou que podia ver os movimentos de seu oponente antes que eles fossem executados, e assim, este foi o começo de seu esclarecimento.

Ele havia derrotado um atacante armado sem machucá-lo, sem mesmo tocá-lo. Ô-Sensei continuou a praticar e ensinar morihei-ueshiba até seu último ano de vida. Observadores maravilhavam-se com suas habilidades marciais, vitalidade e bom humor.

Ele ainda dava demonstrações públicas de morihei-ueshiba até a idade de 86 anos, quatro meses antes de sua morte. Depois de sua morte, em 26 de abril de 1969, o governo japonês declarou Morihei Ueshiba um Tesouro Nacional Sagrado do Japão.

Fonte: www.aiki.com.br

Morihei Ueshiba

O fundador do morihei-ueshiba nasceu filho de um próspero propietário de terras e negociante respeitado e participante na comunidade. Morihei Ueshiba, na juventude, tinha problemas de saúde e o pai, para fortalecê-lo, incentivava a prática de artes marciais.

Ainda jovem, alistou-se no exército e lutou na Guerra Russo-Japonesa (1904-1905). Foi promovido a sargento e teve uma baixa honrosa. Nessa época tornou-se lenda no exército. Diziam que ele era capaz de desviar-se de balas antes delas o alcançarem. Ainda no exército aprendeu a arte de esgrima da escola Yagyu e virou instrutor. Depois de um período colonizando as terras inóspitas do norte conheceu Onisaburo Deguchi, mestre relioso da seita Omoto Kyo. Deguchi tornou-se o mestre espiritual de Ueshiba. Os ensinamentos espirituais passados por ele tiveram uma importância fundamental na criação da base filosófica do morihei-ueshiba, que viria a nascer mais tarde.

Também no norte do Japão (em Hokkaido), Ueshiba conheceu Sokaku Takeda, um famoso mestre de Daito-Ryu Aikijujutsu. Treinou intensamente com Takeda, obtendo o certificado de formatura no estilo Daito. Obeteve também a total confiança de seu Sensei, a quem admirava e dedicava sua própria vida.

Juntando todo o aprendizado das artes marciais que O-Sensei praticou (principalmente o Daito Aikijujutsu) e os ensinamentos passados por Onisaburo Deguchi, Ueshiba criou o morihei-ueshiba, uma arte marcial tradicional carregada de ensinamentos espirituais.

Ao longo dos anos foi divulgando a arte pelo Japão, inclusive tendo o reconhecimento de vários mestres de outras artes, entre eles Jigoro Kano, fundador do Judo. Kano aclamou a arte do morihei-ueshiba como um Budo ideal e até enviou-lhe alguns de seus melhores alunos.

Recebendo o título de Tesouro Nacional Vivo do Japão, O-Sensei divulgou o morihei-ueshiba em seu país e no mundo até o seu falecimento dizendo ser sua arte uma forma de unir todos os povos do mundo em uma só nação.

Fonte: www.ascai.com.br

Morihei Ueshiba

Morihei Ueshiba ( Ueshiba Morihei, 1883-1969) foi um famoso artista marcial japonês. Fundador do morihei-ueshiba, é conhecido como O-Sensei ("Grande Professor" ou "Grande Mestre") por seus praticantes.

Foi muito fraco na infância, então seu pai o incentivou a fazer natação e artes marciais para se fortalecer.

Passou por um grande número de artes marciais, inclusive por um bom número de desafios em todo o Japão, principalmente no tempo em que servia o exército.

Utilizava principalmente o sumô e alguns estilos de jujutsu, e até então nunca tinha perdido uma luta até cruzar seu caminho com Sokaku Takeda, mestre e soke de aikijujutsu do estilo daito-ryu. Ueshiba treinou com Takeda exaustivamente, chegando a ser um de seus alunos mais próximos.

Mais tarde, Ueshiba é chamado para dar aula de artes marciais para a marinha. Assim, funda o morihei-ueshiba.

Fonte: pt.wikipedia.org

Morihei Ueshiba
Morihei Ueshiba

Morihei Ueshiba, nascido no Japão em 1883.

Ueshiba, comumente chamado de O Sensei, cresceu na cidade de Tanabe, prefeitura de Watayama,Japão.

Decidiu, em tenra idade, começar a adestrar seu corpo para as Artes Marciais.

O povo de Tanabe é conhecido como trabalhador, teimoso e de temperamento explosivo, características que Ueshiba teve por toda sua vida.

Apesar de no tempo do nascimento de O Sensei já não existirem mais samurai no Japão, o clã Ueshiba havia sido de guerreiros no passado, e eram famosos por sua grande força física.

Ueshiba, apesar disto, foi uma criança fraca e que ficava doente freqüentemente.

O único filho homem, teve de trabalhar para ajudar seus pais e quatro irmãs.

Enquanto crescia, Morihei desenvolvia sua força.

Trabalhando nos barcos de pesca locais, aprendeu a manejar um arpão, e estudou sumô.

Também costumava escalar as montanhas em Kumano, às vezes com a carga de um peregrino doente às costas.

Morihei tinha o pensamento rápido e gostava de ler, mas não de ficar fechado numa sala de aulas.

Então, largou a escola no que seria, hoje, o nosso segundo grau.

Abandonando a escola formal, continuou seus estudos de Budismo num templo local, memorizando os vários ritos e cantos.

Muito da educação de O-Sensei veio da natureza, enquanto nadava e pescava no oceano e andava nas montanhas.

Sobre isto, declarou: Não importa onde estive, parte de mim sempre estará no espaço sagrado de Kumano.

Após dominar o soroban (ábaco), Morihei conseguiu um emprego como contador no escritório municipal de impostos.

Não se adaptou muito a esse trabalho (ele freqüentemente ficava ao lado dos contribuintes contra o governo).

Então, em 1901, Yoroku (pai de Ueshiba) mandou-o a Tokyo para procurar um emprego do qual gostasse.

O-Sensei deu-se relativamente bem como comerciante na capital, e iniciou nesta época a prática formal de artes marciais.

Mas, seu coração não estava no comércio, e ele, então, retornou a Tanabe, casando-se com HATSU ITOGAWA,uma parente distante.

Entrementes, preparava-se para alistar-se no exército.

No início da modernização do Japão, o novo governo Meiji envolveu-se nos grandes jogos em andamento naquela parte do globo.

Os maiores países europeus, os Estados Unidos, a China e o emergente Japão lutaram uma guerra com a China no período 1894-1895 e surpreenderam todos, inclusive eles mesmos, ao ganhar.

Quando Morihei retornou a Tanabe, o Japão estava se preparando para a guerra com a Rússia.

Morihei fracassou no primeiro exame médico para entrar no exército: ele tinha menos que o 1,60m necessários.

Então, ele se pendurava de árvores com pesos amarrados nos tornozelos para se esticar.

Passando, então, no seu segundo exame, Morihei foi designado para um regimento de infantaria de Wakayama.

O ativo Morihei se dava muito bem na vida militar.

Simplesmente acabar uma marcha forçada em primeiro lugar não era suficiente.

Ele costumava caminhar com mochilas extras de outros soldados.

Durante o serviço militar, Morihei especializou-se em sumô, baioneta e espada.

Quando a guerra começou, Morihei não foi enviado para a guerra.

Seu pai, Yoroku, um político com certas conexões, pediu secretamente que seu filho ficasse longe do front.

Morihei, entretanto, insistiu que fosse mandado para a batalha.

Então, foi mandado para o front na Manchúria, em 1905.

Não se sabe ao certo quanta ação Morihei viu; mas voltou sem nenhum ferimento para Tanabe ao final da guerra.

Impressionados com seu entusiasmo, os superiores de Morihei pediram que ele considerasse uma carreira como militar.

Ele negou. Mesmo com pouca idade, Morihei declarou: Eu instintivamente senti que havia algo de errado com a guerra; não existem verdadeiros vencedores, só existe morte e destruição.

Após sair do exército, a vida de Morihei ficou sem direção.

Começou a agir estranhamente, trancando-se no seu quarto por dias, desaparecendo na floresta, enfrentando um tufão na beira da praia.

Estudou diversas artes marciais neste período; quando havia levantamento de sacos de arroz (um evento nas vilas japonesas - erguer e arremessar um saco de arroz com um bastão) ele levantava o peso com tanta fúria que quebrava o bastão.

Fazia isto com tanta freqüência que não foi mais permitida a sua participação.

Para aumentar sua força, Morihei carregava peso nos ombros, quatro ou cinco vezes mais do que o peso normal.

Fazendo isso, bloqueava as ruas estreitas da vila, criando outra incomodação para seus vizinhos.

O criador do AIKIDO, que direcionou também sua atenção à disciplina espiritual e ao exercício mental, se decidiu originalmente, como todos os demais, a adestrar-se unicamente no plano físico.

Praticou quase todas as Artes Marciais existentes, começando com o Kitoryu Jiujutsu, Yagyu-Ryu, Hozoni-Ryu e finalmente o Daito-Ryu.

Tudo aquilo que lhe pareceu conveniente, ainda a ginástica de aparatos, Judo Kendo, Esgrima de Baionetas, estudou e praticou conforme as oportunidades.

Viajava de cidade em cidade buscando mestres nas Artes Marciais.

Durante seu período de adestramento, buscando demonstrar máxima cortesia com seus mestres, encarregava-se até de preparar-lhes a comida.

Uma vez começada a prática, se dedicava totalmente a ela.

Foi voluntário na guerra com a Rússia (1904/1905) lutando na frente de combate e provando, praticamente, o domínio das Artes Marciais e sua fortaleza física. Munido somente de um Bokken (espada de madeira usada para treinamentos), percorreu todo o Japão e cada vez que achava alguém de maior destreza, parava ali como discípulo até ter aprendido tudo o que o mestre poderia ensinar-lhe e logo continuava a caminhada.

Chegou a ser o homem mais competente do Japão em Artes Marciais.

Quando se achava a ponto de realizar suas aspirações, começaram a surgir em sua mente certas dúvidas, não sobre uma das Artes Marciais em particular, senão que acerca de todas em geral.

Ao derrubar os outros manualmente ou por meio de armas, ou lutar e vencê-los, de que servia tudo isso em última instância? Perguntava a si mesmo: Se isso é tudo o que de valor tem as Artes Marciais para nós, qual é o seu valor real? Você talvez possa subjugar a outro, porém, pode não ser capaz de controlar sua mente à vontade, o vencer a outros não lhe trará nenhuma felicidade duradoura.

Sua vaidade cairá satisfeita, mas, em que beneficia ela a humanidade em geral? Uma vez implantada esta dúvida, conduziu a muitas outras e por fim a intermináveis meditações com respeito a todas as coisas.

As artes marciais não empregam a força bruta para derrubar a outros, nem armas letais que levam o mundo à destruição.

As verdadeiras artes marciais, sem lutas em absoluto, regulam o KI da natureza, do universo, cuidam da paz do mundo.

Progridem e guiam até a maturidade tudo o que existe.

Por tudo isto, o adestramento marcial não é aquele que tem como propósito primário derrotar aos demais, e sim a prática do amor a Deus, dentro de nós mesmos! O mestre Ueshiba transformou, desenvolveu e criou as técnicas para o Aikido atual, substituindo o termo Jitsu (arte para a guerra) pelo termo Do (caminho espiritual), elevando-o de uma arte marcial para um caminho superior.

Nesse mesmo período O Sensei tem contato com o reverendo Deguchi, fundador da religião Omotokiu, através da qual consegue grande crescimento espiritual.

Fonte: bukaru.zevallos.com.br

Morihei Ueshiba

Em 14 de dezembro de 1883 nasceu em Tanabe, na província de Kii (hoje Prefeitura de Wakayama) o filho de Yoroku e Yuki Ueshiba, aquele que viria a ser o grande Mestre, criador da mais perfeita e elevada síntese das Artes Marciais Japonesas. Chamou-se Morihei Ueshiba e até a adolescência era um garoto pequeno de aparência frágil. Entretanto ele era espiritualmente forte e seu comportamento diferia muito dos garotos de sua idade. Desde os 10 anos demonstrou grande interesse pelas Artes Marciais conhecidas na época.

Yoroku Ueshiba era membro do conselho local e o principal guardião da aldeia. Havia na localidade um grupo de oponentes políticos que desafiava sua autoridade, opunham-se a ela e o seu chefe vinha sempre à casa de Yoroku para negociações; nessas ocasiões o agressivo oponente apresentava-se grosseiro, não só o criticava mas o ameaçava seriamente.

O fundador, rememorando aqueles tempos, quando tinha cerca de doze anos, dizia que surgiu em si um profundo sentimento de revolta e jurou que não importa que dificuldades, tornar-se-ia forte e não permitiria mais tais ofensas, já que seu pai era um homem de caráter reto e honesto. Este sentimento impulsionou ainda mais o adolescente Morihei para o aprendizado das Artes Marciais.

Em 1901, o jovem Morihei com 18 anos, subiu o primeiro degrau na direção de sua sonhada ambição. Mudara-se para Tokyo para atender a vocação de tornar-se um grande comerciante. Dispendia seu tempo aplicando-se como vendedor e estudando jujutsu-kitoryu à noite. Nesses tempos gostava de ouvir debates políticos, algumas vezes. Esse período de sua vida durou pouco, pois dentro de poucos anos foi obrigado a retornar ao lar, por motivos de doença.

Retornando à sua terra natal, Tanabe, província atual de Wakayama. Após curado de sua enfermidade, o jovem Morihei objetivou tornar-se mais forte e iniciou a prática de exercícios físicos, dentre eles a caminhada. Andava ou corria cerca de 5 quilômetros, mas preferia andar. Aos poucos foi adquirindo excelente vigor físico e dentro de pouco tempo conseguia levantar dois balaios de arroz, quando antes mal conseguia erguer um.

Ao completar 20 anos sua aparência era bem diferente da daquele garoto franzino da adolescência. Sua estatura era baixa, mas sua estrutura corpórea era bem mais forte que a maioria das pessoas. Mas a força física, suas performances não o satisfaziam plenamente. Sua vocação o atraía para o Budo. Com o objetivo de estudar Yagyu-Ryu-Jujutsu transferiu-se para Sakai. Seguindo um chamado interior que o levara à prática de atividades sociais. Ocupou-se na época a resolver os problemas de limites de sua aldeia com as vizinhas e também com os problemas da indústria de pesca local. Foi através dessas atividades que se tornou muito conhecido na região, envolvendo-se em inúmeras atividades que, vez por outra, gerava boas dores de cabeça para seu pai.

Espírito forte, pleno vigor da juventude, não se contentava em igualar-se aos outros. Queria fazer sempre o dobro dos demais e não havia atividade em que não se destacasse; se uma pessoa carregava 160 libras, ele se esforçava para levar 180, e isto se dava a qualquer hora ou lugar.

Este temperamento impetuoso o levou às disputas da produção de pasta de arroz, tradicional em sua região. Um tipo especial de arroz cozido era colocado em um pilão de pedra , de tamanho considerável, e o objetivo era torná-lo pasta através do martelamento com uma grande marreta de madeira de cabo longo. Após martelamento contínuo, esse arroz tornava-se numa pasta consistente, laminado, que após resfriamento era servido para comer. O grande peso dessa marreta aliado à sua forma desajeitada , devido ao longo cabo , dificultava a operação , exigindo do operador grande dose de força e habilidade; a freqüência das marretadas era cansativa e penosa. O fundador esperava ansiosamente por estas disputas e desafiava dois, três ou até mais jovens e todos eram abatidos sem apelação. No final as marretas que ele usava acabavam quebradas . Mais disputas, mais marretas quebradas.

Ocorre aqui uma situação pitoresca. Os promotores das disputas, para economizar marretas encontraram uma fórmula simpática: convidavam o jovem Morihei a participar do chá servido às personalidades, desviando-o da competição recusando, sem ofensa, sua ajuda na produção da pasta.

Agravaram-se nesta época as relações Rússia-Japão e o governo japonês estimulou a arregimentação militar. O jovem Morihei alistou-se como soldado no regimento de Wakayama. Sua excelente forma física e sua habilidade e capacidade atraíram de pronto as atenções do comando do regimento.

O fundador tinha apenas 1,57 m de altura mas uma estrutura atlética estraordinária, pesando 80 quilos, jamais foi o segundo da turma quando se tratava de exercícios pesados, ginásticas preparatórias para a guerra, corrida e transporte de pesadas cargas de material bélico. Muitas vezes seus companheiros de regimento arriavam nas marchas frente às duras exigências das marchas com equipamentos. Nessa oportunidade o fundador, que sempre era o primeiro do pelotão arcava com duas e até três mochilas e armamentos pessoais pesados.

Na batalha da Manchúria foi várias vezes citado como homem de valor e suas atitudes corretas e justas não raro ajudaram a debelar crises na tropa.

Quando deu baixa do serviço militar foi solicitado pelo seu comandante direto a realistar-se, além de ser requisitado para serviços volutários. Foi convidado também a entrar na academia militar. Recebeu várias visitas de comandantes de sua companhia, batalhão e regimento, sempre tentando persuadí-lo a dedicar-se à carreira militar. Mas parece que o fundador tinha realmente uma premonição sobre a importância que teria sua vida para toda a humanidade., se seguisse sua própria vocação, seu caminho.

Após dar baixa no serviço militar não retornou às suas atividades anteriores. Seu dinamismo, sua juventude e seu espírito vigoroso o levaram a liderar as atividades dos jovens do seu distrito.

Foi nessa época que o então 3o grau faixa preta de judô Kiyochi Takagi visitou a cidade natal do fundador. Este organizou um grupo dentro do clube dos jovens que tomou o Mestre Takagi como seu mestre (Takagi tornou-se mais tarde 9o grau de faixa preta de judô).

Entretanto, talvez devido à fadiga provocada pela vida militar, pela guerra, Ueshiba Sensei ficou acuado por seis meses, sofria de penosas dores de cabeça e estranhos sintomas. Isto deixou seus pais muito contristados. Finalmente recuperou totalmente sua saúde.

Com seu extraordinário espírito audacioso e capacidade de enfrentar o novo sem vacilar decidiu estabelecer-se em uma terra pouco desenvolvida, mudando de ares. Em busca de nova ocupação, transferiu-se para Hokkaido, no limite norte do Japão. Para lá se transferia como líder de um grupo de prisioneiros, oriundo de sua região e iniciou o desenvolvimento em torno de Shirataki, região de Morisetsu, província de Kitami.

Uma vez reconquistado seu vigor, sua total saúde, com espírito renovado entrou nos seus trinta anos, disposto a levar avante a missão que se tinha imposto.

Ampliou sua capacidade ao realizar suas tarefas a cavalo pelos campos e montanhas treinando duramente e ampliando sua resistência aos rigorosos frios de inverno, enfrentando eventualmente terríveis tempestades, tomando-se um homem intrépido. Foi eleito membro do Conselho da vila de Kamiyubetsu em Shirataki.

Tornou-se conselheiro do prefeito Urataru Kameshige nos assuntos dos imigrantes e para tanto entrou em contato com o escritório do governador de Hokkaido. Organizou nessa ocasião uma associação para a extensão da ferrovia de Sekihoku, para levá-la até o distrito e foi recomendado como presidente da associação. Seus esforços sinceros foram reconhecidos e aprovados pelo povo, e em 1912 os habitantes de Shirataki lhe concederam a honra de um voto de confiança por estas atividades e o denominaram "rei de Shirataki".

Em 1915, com 32 anos, suas terras e a vila que liderava haviam prosperado substancialmente, graças a seus esforços e seu espírito de união. Nessa ocasião, chegou a Hokkaido o Mestre de
Daito-Ryu Jujutsu Sokaku Takeda e sua estadia ali, encontrou-se com a incontida ambição do Fundador de aprender mais e mais, aprofundando seus conhecimentos e sua capacidade nas artes marciais. Procurou o mestre Sokaku e recebendo dele a opinião de que poderia aceita-lo como aluno devido à sua excepcional potencialidade tornou-se seu discípulo.

Descreve-se a origem do Daito Ryu Jujutsu como tendo sido iniciado pelo príncipe Sadazami, sexto filho do Imperador Seiwa, no século 19. Esta arte foi desenvolvida e preservada até os dias atuais, com a profundidade de sua teoria e a existência de grande número de técnicas.

Após tornar-se discípulo do mestre Sokaku, o Fundador hospedou-se no mesmo hotel em que ele morava por um mês, sempre demonstrando profundo respeito pelo Mestre. Mestre Sokaku tinha gênio difícil, um espírito violento e tratava seus discípulos com muita severidade. O Fundador procurou adaptar-se a essa situação, convidou o Mestre para morar em sua residência para que pudesse aprender mais e cuidou dele com todo o desvelo, cozinhando para ele e dando-lhe banho, o que era tradicional quando um estudante era adotado por um mestre.

Esquecia-se de si mesmo e concentrava todos os seus esforços no aprendizado. Pode-se dizer que estes fatos têm profunda relação com o Aikidô que recebemos como heranças do O'Sensei. Nessa ocasião construiu uma casa para o seu mestre.

Entre 1915 e 1916 o O'Sensei recebeu cerca de 100 aulas do seu Mestre tendo recebido dele um precioso certificado de capacitação. Não foram só as 100 aulas a causa de seu progresso; o seu esforço e dedicação ampliaram seu aprendizado, treinando por sua própria conta. Como aluno de Takeda pagava cerca de 300 a 500 ienes por aula ( 1 ien é igual a 1/2 dólar). Mas seu pagamento se ampliava contando-se como tal os serviços prestados, como rachar lenha e carregar água, etc. para o Mestre. Com esta situação dispendeu grande parte do que havia acumulado, incluindo o recebido de seus pais.

Em 1919 recebeu notícias de sua família que narravam séria doença do seu pai. Com o progresso de Hokkaido e dos pioneiros o Fundador também progrediu em suas posses. A vila que iniciaram já havia desenvolvido muito, com inúmeras construções, incluindo-se a escola local. Devido às notícias recebidas doou todos os seus bens ao Mestre Sokaku Takeda, esqueceu-se do prestígio que já havia alcançado e retornou a seu lar, sem bens e posses, como havia partido.

Durante o retorno ao lar ouviu notícias referentes ao reverendo Wanisaburo (ou Onisaburo) Deguchi, líder da Omoto-kyo, uma nova religião. Decidiu então dirigir-se a Ayabe, prefeitura de Kyoto, onde estava a Igreja Central do Omoto-kyo para orar e pedir preces para o restabelecimento da saúde de seu pai.

Convém citar aqui que, quando criança, o Fundador recebeu profundos ensinamentos religiosos dos seus pais, além de receber também ensinamentos do Monge Mitsujo Fujimoto do Templo Budista Jizoji e aos l0 anos estudou budismo no Templo Homanji de Akitsu. Tornando-se adulto, ali retornava sempre que tinha oportunidade para buscar instruções e orientação espiritual para se fortalecer.

Ao visitar o reverendo Deguchi o Fundador tinha em mente orar pela saúde do seu pai, entretanto, ao ouvir as orientações do reverendo foi tomado por profundo sentimento religioso, como se tivesse sido chocado pelas palavras desse mestre, como se um raio luminoso o tivesse atingido.

Para sua grande tristeza ao retornar a seu lar em Tanabe, recebeu a notícia do falecimento do seu pai. Diante da perda de um dos entes que mais ornava na vida e para sair fora do estado mental em que se encontrava, como se estivesse em um beco sem saída, decidiu avançar nos propósitos de sua vida e desvendar os segredos do budô.

Foi a partir desse momento que a vida do Fundador transformou-se grandemente. Par meditar e orar vestia-se de traje branco, subia ao alto de uma rocha e ali se quedava em profunda meditação e orava. Outras vezes, caminhava sozinho pelas montanhas e, não raro, ajoelhava-se e orava continuamente preces shintoístas. Antigos amigos que não conseguiam compreender os problemas pelos quais passava o Fundador acreditavam que ele estava perdendo o juízo.

Depois de 1916 suas recordações o levavam a pensar no Mestre Deguchi a quem encontrara anteriormente e por sua causa transferira toda sua família para Ayabe. Buscava uma iluminação para seu coração. Fez de uma casa ao pé de uma montanha sagrada de Ayabe o seu lar. Ali ele ensinava Jujutsu e estudava ativamente como Reverendo Deguchi até o ano de 1926.

O Reverendo Deguchi defendia o princípio de que a o homem é portador do amor e da bondade e tinha como objetivo unir o mundo moral através da religião. Sonhava construir um reino de Paz na Mongólia, com o poder da união das novas religiões, livre da servidão aos velhos costumes, a fim de realizar a prosperidade mútua do Oriente. Com esse propósito o Reverendo Deguchi estabeleceu contato com a Putienchia, religião da Coréia e com a religião chinesa Taoyiian.

Na primavera de 1924 ele decidiu ir pessoalmente à Mongólia. Convidou Masumi Matumura e o Fundador para encontrarem-se no templo Shounkaku, em Ayabe, a fim de delinear seu programa e pediu-lhes que o acompanhassem nessa viagem. Nessa época Deguchi esteve implicado, desde 1921, no escândalo da Omoto Kyo, ocasionado pela acusação de desrespeito ao Imperador. Devido a essa circunstância a viagem proposta estava cercada de segredo. A maioria dos confidentes não tocava nesse assunto. Secretamente Deguchi partiu em viagem de trem de Ayabe pela madrugada de 13 de fevereiro de 1924 e a ele se juntou ao Fundador em Tsuruoba e dali partiram para a Manchúria e a Mongólia.

Foi uma viagem de verdadeiro sofrimento. Sem estradas, com pouquíssimas posses e em constante expectativa para fugir dos inimigos, foram obrigados a usar toda sua força e criatividade para sobreviverem.

Durante os cinco meses da viagem com destino a Mukdeu, interrompida pelos acontecimentos internos da China, que afetavam profundamente a região, o grupo liderado pelo Reverendo Deguchi teve que fugir de assaltos de grupos militares dispersos, desertores e bandidos. O Fundador esteve sempre ao lado do Reverendo Deguchi selando seu destino ao dele. Chegando o grupo a determinado lugar, recebeu um ataque de forças locais, que capturaram todo o grupo, pilhando tudo o que tinha inclusive roupas e sapatos.

As atitudes do Fundador ao serem presos se destacaram da dos demais e, devido a isto, seus captores lhe deram tratamento especial, mantendo-o sob severa vigilância, acorrentando-o e prendendo-o a um pelourinho. Em um determinado momento o grupo foi conduzido a um pelotão de fuzilamento. Momentos antes de se consumar o fuzilamento as forças do general os atacaram, abrindo fogo. Diante desses acontecimentos, o grupo se manteve tranquilo, não aparentando nenhum medo diante daquela fatalidade. O Fundador, de maneira particular, teve uma atitude especial e calma perante essa situação, mantendo-se como sempre, sem demonstrar qualquer emoção e sim uma atitude de grande paz.

Fonte: www.fepai.org.br

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